
Orgulho e Preconceito é uma das obras mais amadas de Jane Austen e segue encantando leitores até hoje. Quer entender por que esse romance se tornou um ícone da literatura?
A seguir, você vai conhecer a sinopse de Orgulho e Preconceito, seus personagens e o contexto histórico da publicação desse livro. Leia o post até o final e descubra por que vale tanto a pena ler essa obra!
Quem foi Jane Austen, autora de Orgulho e Preconceito
Jane Austen, que viveu de 1775 a 1817, foi uma escritora inglesa reconhecida por sua habilidade de retratar de forma perspicaz as relações sociais de sua época.
Ela nasceu em Steventon, uma pequena vila no interior da Inglaterra, em uma família de classe média. Desde cedo, Austen demonstrou interesse pelas artes e pela escrita, desenvolvendo um estilo que combinava ironia sutil e uma análise arguciosa dos costumes da sociedade britânica.
Sua trajetória como romancista ganhou impulso com a publicação de obras como Razão e Sensibilidade (1811) e, pouco depois, Orgulho e Preconceito (1813).
Com uma linguagem envolvente, Austen abordava temas como casamento, status social e as limitações impostas às mulheres, sempre de maneira crítica, mas ao mesmo tempo repleta de humor.
Embora não tenha desfrutado de fama mundial durante a vida, seu legado literário se consolidou ao longo dos anos, tornando-a uma das escritoras mais estudadas e admiradas.
Ao ler Orgulho e Preconceito, fica claro como Jane Austen tinha a capacidade de observar e reproduzir, em detalhes, as nuances das relações humanas. A autora transformou vivências pessoais e histórias ouvidas em enredos envolventes que nos mantêm atentos a cada página.
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O contexto histórico da publicação de Orgulho e Preconceito
No início do século XIX, a Inglaterra passava por mudanças sociais e econômicas que influenciavam o cotidiano das famílias de classe média e alta.
Publicado em 1813, Orgulho e Preconceito reflete esse cenário marcado pelas Guerras Napoleônicas e a crescente industrialização, embora a ação do romance se concentre nas questões domésticas e relacionamentos pessoais.
A sociedade inglesa da época valorizava muito o prestígio social e o patrimônio, especialmente para as mulheres, que enfrentavam barreiras na hora de herdar propriedades ou garantir uma renda própria.
Esse contexto reforçava a importância do casamento como forma de ascensão e estabilidade. Jane Austen abordou esses dilemas de forma sutil, sem deixar de exibir a pressão exercida sobre as jovens para fazerem “bons casamentos”.
A autora também retratou a vida no interior, onde bailes, visitas e passeios eram eventos fundamentais para se conhecer pretendentes e ampliar contatos sociais.
Desse modo, Orgulho e Preconceito revela em detalhes as regras rígidas e as expectativas da sociedade britânica do século XIX.
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Sinopse de Orgulho e Preconceito
A história de Orgulho e Preconceito gira em torno da família Bennet, composta por cinco irmãs que precisam lidar com as pressões sociais para casar bem.
Elizabeth Bennet, a protagonista, é inteligente, espirituosa e valoriza sua independência, um contraste com as expectativas da sociedade do século XIX. Então, surge o enigmático Mr. Darcy, cujo comportamento inicialmente reservado desperta uma impressão negativa em Elizabeth.
No decorrer da narrativa, surge um conflito de personalidades: o orgulho e as primeiras impressões equivocadas impedem que ambos percebam as verdadeiras qualidades um do outro.
Ao mesmo tempo, os acontecimentos ao redor da família Bennet – como a chegada do charmoso Mr. Bingley, a imprudência de Lydia e o oportunismo de Mr. Wickham – adicionam drama e reviravoltas.
Por meio desses eventos, Jane Austen constrói um romance marcado por humor sutil, críticas sociais e uma história de amor cheia de surpresas.
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Temas abordados em Orgulho e Preconceito
Orgulho e Preconceito explora uma série de temas. Em primeiro lugar, o orgulho e a percepção equivocada, presentes na dinâmica entre Elizabeth e Mr. Darcy, mostram como julgamentos precipitados podem afetar relacionamentos.
Esse embate inicial entre os protagonistas ressalta a importância de dialogar e compreender o outro antes de formar opiniões.
A posição da mulher na sociedade é outro ponto importante. Na época, o matrimônio era visto como meio de garantir segurança financeira e respeito social, especialmente quando as leis de herança restringiam a independência feminina.
Jane Austen aborda esse aspecto de maneira crítica, porém sutil, evidenciando a fragilidade da condição feminina diante das expectativas sociais.
Além disso, a questão do status social permeia toda a narrativa. Tanto a família Bennet quanto outros personagens lidam com as pressões de manter, ou ascender a, uma posição vantajosa na escala social, reforçando a ideia de que laços afetivos, muitas vezes, eram condicionados pela conveniência.
Essa crítica aos valores da época não deixa de ser um alerta sobre como a busca por aparências e prestígio pode resultar em mal-entendidos e escolhas equivocadas.
Por fim, o amor surge como um tema que ultrapassa as barreiras da etiqueta social. Apesar dos conflitos e das diferenças, os protagonistas revelam como o sentimento genuíno pode florescer, ainda que as convenções tentem impedir.
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Personagens de Orgulho e Preconceito

Em Orgulho e Preconceito, Jane Austen constrói personagens notáveis, cada um com personalidades e atitudes que refletem as nuances da sociedade inglesa do século XIX.
As irmãs Bennet, por exemplo, ilustram diferentes visões sobre casamento, amor e expectativas familiares, enquanto figuras como Mr. Darcy e Mr. Bingley trazem à tona temas como orgulho, convenções sociais e julgamentos precipitados.
A interação entre os personagens revela como as relações humanas podem ser afetadas por questões como status, herança e preconceitos. Além disso, cada um tem uma função importante para o desenrolar do enredo, contribuindo para as reflexões sobre valores e emoções.
A seguir, conheça as características e motivações de cada personagem, e entenda como suas trajetórias enriquecem o universo de Orgulho e Preconceito.
Elizabeth Bennet
Elizabeth Bennet é a segunda filha da família Bennet e a protagonista de Orgulho e Preconceito. Inteligente, observadora e de espírito independente, ela questiona as convenções sociais de sua época, principalmente no que diz respeito ao casamento.
Sua personalidade forte se destaca pela perspicácia em analisar os outros, embora também possa agir de forma precipitada em seus julgamentos.
A interação inicial com Mr. Darcy é marcada por desentendimentos, pois Elizabeth percebe nele um excesso de orgulho. Com o tempo, porém, ela descobre que suas próprias impressões podem ter sido influenciadas pelo preconceito.
Esse processo de autoconhecimento e reconhecimento das próprias falhas é uma das bases do desenvolvimento pessoal de Elizabeth ao longo do romance.
Mr. Darcy
Mr. Fitzwilliam Darcy é um dos pilares de Orgulho e Preconceito. Dono de uma considerável fortuna e uma personalidade aparentemente arrogante, ele causa forte impressão já em seu primeiro encontro com Elizabeth Bennet.
Seu comportamento reservado pode ser interpretado como frieza ou desdém, mas, ao longo do romance, percebe-se que esse orgulho esconde valores sólidos e um grande senso de responsabilidade.
A jornada de Mr. Darcy envolve vencer seus próprios preconceitos e aprender a se expressar de forma autêntica. Sua transformação, motivada pelo respeito crescente por Elizabeth, simboliza a superação de barreiras sociais e julgamentos apressados, tornando-o um dos personagens mais marcantes da literatura de Jane Austen.
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Jane Bennet
Jane Bennet, a irmã mais velha de Elizabeth, é conhecida pela doçura, amabilidade e visão positiva em relação a todas as pessoas.
Com uma personalidade calma, ela prefere acreditar no melhor de cada indivíduo, mesmo diante de situações que sugerem o contrário. Esse otimismo pode fazê-la parecer ingênua, mas também reflete um coração genuinamente bondoso.
No enredo de Orgulho e Preconceito, Jane vive um romance com Mr. Bingley. O relacionamento dos dois é marcado pela timidez e por desencontros, especialmente quando a família Bennet é julgada por sua posição social.
A pureza de caráter de Jane contrasta com as exigências do meio em que vive, destacando a importância da compreensão mútua e do respeito às diferenças.
Charles Bingley
Charles Bingley é um jovem cavalheiro sociável e de natureza gentil, cuja fortuna o coloca em evidência na sociedade retratada em Orgulho e Preconceito.
Desde que chega a Netherfield, ele se mostra acessível e cordial, o que contrasta com a postura mais reservada de seu amigo, Mr. Darcy. Bingley rapidamente se aproxima de Jane Bennet, admirando sua doçura e sua forma de ver o mundo.
No entanto, sua indecisão e a influência dos que o cercam, como as irmãs Bingley e até mesmo Mr. Darcy, afetam o desenrolar desse relacionamento. Apesar disso, a afeição genuína que ele sente por Jane permanece firme, evidenciando como a sinceridade e a simplicidade de seus sentimentos podem superar obstáculos impostos pela etiqueta social.
George Wickham
George Wickham é um personagem carismático, mas enigmático, em Orgulho e Preconceito.
Apresentado inicialmente como vítima da suposta arrogância de Mr. Darcy, ele ganha a simpatia de Elizabeth Bennet e de outros moradores da região. No entanto, ao longo da trama, surgem revelações que colocam suas intenções em dúvida.
Seu histórico de relacionamento com a família Darcy e algumas atitudes questionáveis mostram como Wickham utiliza sua aparência amigável para manipular situações a seu favor.
Ele desempenha um papel central no desenrolar de eventos que envolvem não apenas Elizabeth, mas também seus familiares, reforçando a ideia de que as aparências podem enganar e que é preciso cautela ao confiar em primeiras impressões.
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Lydia Bennet
Lydia Bennet é a mais nova das irmãs Bennet e se destaca por sua personalidade impulsiva e jovial. Ela adora festas, bailes e qualquer ocasião para socializar, demonstrando pouca preocupação com as consequências de suas ações.
Seu comportamento despreocupado a expõe a situações complicadas, especialmente quando George Wickham entra em cena.
A falta de prudência de Lydia e sua tendência a ignorar conselhos tornam-se catalisadoras de eventos que afetam toda a família Bennet em Orgulho e Preconceito.
O desenrolar de suas atitudes reforça a importância dos valores familiares e da responsabilidade pessoal, ressaltando o impacto que escolhas impensadas podem ter no futuro de todos ao redor.
Mr. Bennet
Mr. Bennet é o patriarca da família e uma figura peculiar em Orgulho e Preconceito. Sarcástico e reservado, ele muitas vezes prefere se isolar em seu escritório e observar os acontecimentos, em vez de se envolver diretamente nos problemas das filhas.
Sua paciência varia conforme a situação, e ele tende a minimizar as consequências das atitudes de Lydia, por exemplo.
Apesar de não ser o modelo de autoridade que muitos esperariam, Mr. Bennet demonstra afeto pelas filhas, em especial por Elizabeth, com quem mantém uma relação de cumplicidade.
Contudo, sua postura irônica muitas vezes o impede de tomar decisões firmes e proteger a família de conflitos maiores, evidenciando como a neutralidade exagerada pode ter impacto negativo em situações delicadas.
Mrs. Bennet
Mrs. Bennet é a mãe das cinco irmãs e uma personagem central em Orgulho e Preconceito. Extremamente preocupada com o futuro financeiro das filhas, ela considera o casamento bem-sucedido como a única forma de garantir segurança e respeitabilidade social.
Em suas tentativas de “arranjar bons casamentos”, Mrs. Bennet frequentemente se comporta de forma exagerada, causando momentos cômicos e até constrangedores.
Embora muitas vezes seja vista como histérica e imprudente, ela age motivada pelo medo de que as filhas fiquem sem recursos, principalmente por causa da lei que impedia que a herança permanecesse com as mulheres.
Esse contexto ajuda a entender as atitudes de Mrs. Bennet, que, apesar de atrapalhadas, visam proteger e assegurar o futuro das meninas. Sua presença constante no enredo mostra como, na sociedade do século XIX, a pressão para realizar casamentos vantajosos influenciava bastante a vida familiar.
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Charlotte Lucas
Charlotte Lucas é uma amiga próxima de Elizabeth Bennet em Orgulho e Preconceito.
Mais pragmática e menos romântica que Elizabeth, Charlotte lida com as pressões sociais de outra forma: ela enxerga o casamento como uma solução prática para assegurar estabilidade, mesmo que não haja um grande afeto envolvido.
Sua decisão de se casar com Mr. Collins, por exemplo, surpreende Elizabeth, que valoriza a união baseada em amor e afinidade. No entanto, ao analisar as circunstâncias da época, fica claro que Charlotte prefere ter uma vida tranquila e financeiramente segura a esperar por um sentimento que talvez não se concretize.
Essa escolha levanta reflexões sobre as prioridades e possibilidades das mulheres no contexto social em que se passa o romance.
Mr. Collins
Mr. Collins é um primo distante da família Bennet em Orgulho e Preconceito. Ele é um clérigo cuja pompa e bajulação chamam atenção, principalmente por ser o herdeiro legal da propriedade dos Bennet.
Convencido de que está prestando um grande favor, Mr. Collins faz uma proposta de casamento a Elizabeth, acreditando que assim “resolveria” a questão do patrimônio.
Submisso às opiniões de Lady Catherine de Bourgh, ele raramente questiona sua posição na sociedade e se mostra pouco sensível às sutilezas das relações familiares. Sua personalidade rígida e seu desejo de agradar figuras influentes acabam influenciando suas escolhas.
Dessa forma, ele encarna a mentalidade de quem vê o matrimônio como um acordo puramente prático, em vez de um compromisso baseado em amor ou afinidade.
Lady Catherine de Bourgh
Lady Catherine de Bourgh é uma aristocrata imponente em Orgulho e Preconceito.
Muito preocupada com hierarquias sociais, ela demonstra convicção inabalável de sua superioridade e não hesita em dar conselhos ou emitir julgamentos sobre a conduta alheia. Lady Catherine exerce forte influência sobre aqueles que a rodeiam, como Mr. Collins, que a reverencia de maneira quase cega.
Entretanto, sua insistência em ditar o rumo da vida dos outros revela certa fragilidade, pois ela se apoia no poder do status para impor suas opiniões. A interação com Elizabeth Bennet é especialmente marcante, já que esta não se intimida com o comportamento autoritário de Lady Catherine.
Essa divergência de visões torna evidente o choque entre uma postura tradicional, baseada em privilégios, e o perfil mais moderno e independente de Elizabeth, refletindo um dos principais conflitos explorados por Jane Austen em Orgulho e Preconceito.
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Adaptações de Orgulho e Preconceito para o cinema
As adaptações de Orgulho e Preconceito para as telas contribuem para manter vivo o interesse pelo romance.
Em 1995, a BBC lançou uma minissérie (muitas vezes referida como filme) amplamente reconhecida pela fidelidade à obra, estrelada por Colin Firth como Mr. Darcy e Jennifer Ehle no papel de Elizabeth Bennet.
A produção conquistou o público com a ambientação detalhada e os diálogos bem trabalhados, aproximando os espectadores da atmosfera do século XIX e das tensões sociais ilustradas no livro.
Já em 2005, uma versão cinematográfica dirigida por Joe Wright trouxe Keira Knightley como Elizabeth e Matthew Macfadyen interpretando Mr. Darcy. Essa adaptação se destaca por sua fotografia sofisticada e um tom romântico, apresentando cenas memoráveis e uma trilha sonora envolvente.
Embora seja um pouco mais condensada que a minissérie de 1995, a produção conseguiu transmitir a essência do relacionamento entre Elizabeth e Darcy, incluindo a evolução dos personagens e os conflitos de orgulho e preconceito que marcam a obra.
Ambas as versões são excelentes pontos de partida para quem deseja conhecer ou revisitar o universo de Orgulho e Preconceito, já que cada adaptação oferece interpretações únicas dos personagens e da sociedade retratada por Jane Austen.
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Por que ler Orgulho e Preconceito
Orgulho e Preconceito é um clássico que aborda temas universais como família, relacionamentos e valores pessoais. A escrita de Jane Austen apresenta ironia e humor refinado, proporcionando uma experiência de leitura envolvente e, ao mesmo tempo, reflexiva.
Além disso, o romance faz uma crítica sutil às limitações impostas às mulheres na época, mostrando o quanto o casamento e a busca por um “bom partido” podiam se tornar pressões sociais sufocantes.
Ler Orgulho e Preconceito também é uma forma de compreender melhor o contexto histórico do início do século XIX e reconhecer como certas questões – orgulho, julgamentos precipitados e desigualdades sociais – ainda se fazem presentes nos dias atuais.
A evolução dos protagonistas, especialmente Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, revela que o autoconhecimento é essencial para superar barreiras externas e internas, o que torna o livro atemporal e cativante.
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