
Se você já leu algum livro de John Green, sabe que suas histórias vão muito além de romances adolescentes. Elas exploram temas profundos e nos fazem questionar o mundo ao nosso redor, e Tartarugas Até Lá Embaixo é um exemplo perfeito disso.
Publicado em 2017, o livro marcou o retorno de Green após o sucesso de A Culpa é das Estrelas, mas, desta vez, com uma abordagem ainda mais íntima e pessoal.
A trama acompanha a adolescente Aza Holmes, que luta diariamente contra pensamentos obsessivos e intrusivos. A partir de uma narrativa sensível e honesta, John Green nos convida a mergulhar na mente de Aza, oferecendo uma representação inquietante do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
O livro também nos leva a uma investigação envolvendo o desaparecimento de um bilionário, misturando elementos de suspense e introspecção.
Neste artigo, vamos conhecer a sinopse e os personagens principais da obra. Você descobrirá o que a torna uma leitura essencial para fãs da literatura contemporânea.
Sinopse de Tartarugas Até Lá Embaixo
Tartarugas Até Lá Embaixo nos apresenta a história de Aza Holmes, uma adolescente de 16 anos que vive com o transtorno obsessivo-compulsivo.
Desde o início, percebemos que a verdadeira batalha da garota não é contra vilões ou adversários externos, mas contra sua própria mente.
Os pensamentos intrusivos tomam conta de sua vida, girando como espirais intermináveis e afetando sua capacidade de controlar suas ações e relacionamentos.
A trama se desenrola quando um bilionário local, Russell Pickett, desaparece misteriosamente. Aza e sua melhor amiga, Daisy, decidem investigar o caso, movidas pela recompensa oferecida pela família.
Durante a investigação, Aza reencontra Davis Pickett, o filho do bilionário, com quem já teve uma conexão no passado. A busca por respostas sobre o paradeiro de Russell acaba levando-a a um mergulho ainda mais profundo em seus próprios medos e ansiedades.
No entanto, o mistério do desaparecimento é apenas o pano de fundo para a verdadeira essência de Tartarugas Até Lá Embaixo: a luta interna de Aza contra o TOC e suas tentativas de se encontrar em meio ao caos de seus pensamentos.
John Green constrói uma narrativa que abre um diálogo importante sobre saúde mental, mostrando a complexidade de viver com uma condição como essa.
Nesse livro, Green consegue equilibrar momentos de tensão, introspecção e até mesmo humor, proporcionando uma leitura rica. O mistério que guia a trama nos mantém curiosos, mas é o retrato honesto e sensível da mente de Aza que torna Tartarugas Até Lá Embaixo uma obra impactante.
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Os personagens de Tartarugas Até Lá Embaixo
Os personagens de Tartarugas Até Lá Embaixo são construídos de forma complexa e realista, cada um trazendo camadas de profundidade para a narrativa. Vamos conhecer cada um deles.
Aza Holmes
Aza Holmes é a protagonista e narradora de Tartarugas Até Lá Embaixo. Ela é uma adolescente inteligente, introspectiva e vive com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), que domina boa parte de sua vida.
A garota descreve seus pensamentos como espirais que a puxam para baixo, num ciclo contínuo de dúvidas e medos.
Essa luta interna torna difícil para ela se conectar plenamente com as pessoas ao seu redor, incluindo seus amigos e familiares.
No entanto, sua autenticidade e vulnerabilidade fazem dela uma personagem cativante e inesquecível.
A mente de Aza é o verdadeiro campo de batalha da história. Ao longo do livro, acompanhamos suas tentativas de lidar com os pensamentos intrusivos e fazer escolhas conscientes, mesmo quando sente que perdeu o controle.
Através dos olhos dela, entendemos o impacto real do TOC e como essa condição afeta todos os aspectos de sua vida.
Daisy Ramirez
Daisy Ramirez é a melhor amiga de Aza e funciona como um contraponto na narrativa. Enquanto Aza luta com seus pensamentos, Daisy é extrovertida, enérgica e cheia de ideias.
Ela é fã de Star Wars e escreve fanfics como forma de lidar com sua própria realidade.
Apesar de ser uma personagem divertida e alegre, Daisy também tem seus conflitos internos, especialmente quando se trata de sua amizade com Aza.
A amizade entre Aza e Daisy é retratada com honestidade e complexidade. Há momentos de tensão, especialmente quando o TOC de Aza afeta a dinâmica entre elas.
Daisy, apesar de ser uma amiga leal, muitas vezes se sente frustrada e incompreendida, o que adiciona uma camada de realismo à relação.
Davis Pickett
Davis Pickett é o filho do bilionário desaparecido, Russell Pickett, e serve como interesse amoroso de Aza.
O rapaz é um personagem introspectivo, solitário e também carrega o peso de seus próprios problemas. Ele é herdeiro de uma grande fortuna, mas isso não traz felicidade, apenas mais solidão e responsabilidade.
A relação entre Aza e Davis é complicada; ambos estão lidando com suas próprias lutas internas, o que torna difícil para eles se conectarem plenamente.
Davis é um poeta em sua essência, utilizando seu blog pessoal para expressar seus sentimentos e pensamentos mais profundos.
Sua conexão com Aza vai além da atração física; eles compartilham uma compreensão mútua das dores que enfrentam, criando uma relação que é ao mesmo tempo bonita e dolorosa.
Mãe de Aza
A mãe de Aza é uma figura importante na narrativa, representando a preocupação constante de um pai que vê sua filha sofrendo, mas não sabe exatamente como ajudar.
Ela é amorosa, protetora e tenta proporcionar a melhor assistência possível para Aza, mesmo que isso signifique lidar com as frustrações e limitações de não poder entender completamente o que a filha enfrenta.
O relacionamento entre Aza e sua mãe é outro aspecto tocante do livro, mostrando o desafio de apoiar alguém que lida com um transtorno mental, especialmente quando o amor e o cuidado parecem insuficientes.
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O que significa “tartarugas até lá embaixo”?
Talvez você ache mais interessante descobrir o significado da expressão lendo o livro. Nesse caso, sugiro que você pule este tópico e vá direto para o próximo, certo?
O título Tartarugas Até Lá Embaixo pode parecer enigmático à primeira vista, mas carrega uma metáfora que permeia toda a narrativa.
A expressão vem de uma antiga anedota filosófica sobre o infinito. Segundo a história, um renomado cientista estaria explicando a teoria de que a Terra é redonda e flutua no espaço, quando foi interrompido por uma senhora idosa.
Ela afirmou que o mundo, na verdade, repousa nas costas de uma enorme tartaruga. Quando o cientista perguntou o que sustentava a tartaruga, a senhora respondeu: “É uma pilha de tartarugas, até lá embaixo”.

John Green usa essa metáfora para ilustrar a sensação de infinito e a espiral de pensamentos intrusivos que dominam a mente de Aza Holmes.
Assim como as tartarugas empilhadas que não têm fim, os pensamentos obsessivos de Aza se empilham em sua mente, formando uma espiral contínua que parece nunca cessar.
Para ela, é como se estivesse presa em um ciclo infinito, onde cada pensamento leva a outro ainda mais profundo e preocupante.
A metáfora das tartarugas também serve para mostrar como é viver com o TOC. Os pensamentos de Aza funcionam como essas “tartarugas”: ela não consegue interromper o fluxo constante de ideias e dúvidas que surgem em sua mente.
É uma representação visual e filosófica de como o TOC cria uma espiral descendente de ansiedade e incerteza.
Além disso, o título Tartarugas Até Lá Embaixo reflete a busca constante por respostas e certezas, algo com o que tanto Aza quanto nós podemos nos identificar.
Muitas vezes, procuramos um “fim” ou uma solução clara para nossos problemas, mas, assim como na anedota das tartarugas, nem sempre há uma resposta definitiva.
O livro nos lembra que a vida e a mente humana são complexas, e que a busca pelo controle absoluto pode ser uma armadilha.
Com essa metáfora, John Green nos faz refletir sobre os ciclos de pensamentos e aceitar que, às vezes, é preciso aprender a conviver com as incertezas.
Tartarugas Até Lá Embaixo nos ensina que, embora nem sempre possamos controlar nossos pensamentos, podemos encontrar maneiras de viver com eles e buscar apoio para lidar com as espirais da mente.
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Como a saúde mental é abordada em Tartarugas Até Lá Embaixo
Um dos aspectos mais marcantes de Tartarugas Até Lá Embaixo é a forma como John Green aborda a saúde mental, especificamente o transtorno obsessivo-compulsivo.
A obra retrata o TOC de maneira autêntica, baseada na experiência pessoal do próprio autor, que também convive com essa condição, o que confere profundidade emocional à narrativa.
Como o TOC é retratado
No livro, o TOC de Aza Holmes é apresentado como uma condição que vai além de manias ou hábitos repetitivos, como muitas vezes é erroneamente retratado em outros contextos.
Em vez disso, vemos o TOC como uma espiral de pensamentos intrusivos, que consomem a mente da personagem e dificultam sua capacidade de tomar decisões ou se sentir no controle de sua própria vida.
John Green nos leva para dentro da mente de Aza, permitindo experimentarmos de perto como é viver com esses pensamentos incessantes.
Ele descreve, por exemplo, os momentos em que Aza é tomada pela sensação de que está constantemente sendo contaminada por germes.
Essas crises levam a comportamentos compulsivos, como abrir feridas em seu dedo, numa tentativa de “aliviar” sua ansiedade.
O desconforto que essas cenas nos causam é proposital: é um lembrete da realidade difícil e exaustiva de quem vive com TOC.
O impacto do TOC na vida de Aza
A saúde mental de Aza não apenas afeta sua relação consigo mesma, mas também impacta seu relacionamento com outras pessoas.
Sua amizade com Daisy, por exemplo, é frequentemente desafiada pelos momentos em que o TOC de Aza interfere na dinâmica entre elas.
Daisy, embora seja uma amiga leal, muitas vezes se sente deixada de lado ou incapaz de compreender totalmente o que Aza está enfrentando.
O romance com Davis também é influenciado pela condição de Aza. Apesar de ambos sentirem uma conexão, ela luta para se entregar totalmente ao relacionamento, já que seus pensamentos obsessivos frequentemente a afastam do momento presente.
Essas dificuldades mostram como transtornos mentais podem afetar as interações sociais e as conexões emocionais, mesmo entre pessoas que se amam.
Um diálogo necessário
Ao incluir a saúde mental como tema central de Tartarugas Até Lá Embaixo, John Green ajuda a desmistificar o TOC e promove o diálogo sobre transtornos mentais.
Ele mostra que essas condições são complexas, exigindo empatia e compreensão de quem está ao redor.
A abordagem do autor também enfatiza a importância de buscar ajuda. Isso envia uma mensagem aos leitores: não há problema em pedir ajuda, e é possível encontrar formas de viver uma vida plena mesmo com os desafios que a saúde mental pode trazer.
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Relações entre os personagens de Tartarugas Até Lá Embaixo
Um dos pontos fortes de Tartarugas Até Lá Embaixo é a forma como John Green constrói os relacionamentos entre os personagens.
As conexões não são idealizadas; elas refletem os altos e baixos das interações humanas, tornando-se autênticas e impactantes.
Aza e Daisy: uma amizade testada pelo TOC
A relação entre Aza Holmes e Daisy Ramirez é o coração do livro, mostrando como a amizade pode resistir — ou não — aos desafios impostos pelas diferenças e pelas circunstâncias.
Daisy, com sua personalidade extrovertida e cheia de humor, é uma fonte de apoio para Aza. No entanto, essa amizade é frequentemente testada pelas limitações que o TOC de Aza impõe.
Em alguns momentos, Daisy expressa sua frustração, sentindo-se negligenciada por Aza ou incapaz de lidar com a profundidade das dificuldades da amiga.
Essas tensões trazem um realismo necessário à narrativa, mostrando que mesmo as amizades mais fortes podem enfrentar dificuldades quando confrontadas por problemas de saúde mental.
Apesar disso, a relação das duas é um lembrete de que a empatia e a comunicação são fundamentais para superar esses desafios.
Aza e Davis: um romance complicado
O romance entre Aza e Davis Pickett é, ao mesmo tempo, emocionante e doloroso.
Davis, que também enfrenta suas próprias dificuldades após o desaparecimento de seu pai, encontra em Aza alguém que compreende sua solidão e seus medos.
No entanto, o TOC de Aza se torna um obstáculo que ela não consegue ignorar, dificultando a conexão plena entre os dois.
John Green retrata essa relação com sensibilidade, evitando clichês ao mostrar que o amor, por si só, não resolve todos os problemas.
O romance de Aza e Davis reflete a realidade de muitos jovens que enfrentam transtornos mentais: o desejo de se conectar com outra pessoa é genuíno, mas os desafios internos podem dificultar o caminho.
Aza e sua mãe: amor e proteção
A mãe de Aza desempenha um papel importante na história, representando o ponto de apoio mais consistente na vida da protagonista.
Ela está sempre presente, tentando entender e ajudar a filha a lidar com suas lutas internas.
No entanto, a relação entre as duas também é marcada por momentos de tensão, especialmente quando Aza sente que sua mãe a trata mais como “paciente” do que como filha.
Essa dinâmica é retratada com uma sensibilidade que mostra como o amor parental pode ser, ao mesmo tempo, uma fonte de força e um desafio.
Para a mãe de Aza, lidar com a saúde mental da filha é um aprendizado constante, algo com que muitos pais e cuidadores podem se identificar.
O papel das relações na narrativa
As conexões de Aza com Daisy, Davis e sua mãe ajudam a avançar a trama, mas também reforçam os principais temas de Tartarugas Até Lá Embaixo: a importância de aceitar a si mesmo e aos outros, mesmo em meio às imperfeições.
John Green nos lembra que os relacionamentos são, muitas vezes, a âncora que nos mantém firmes em momentos de incerteza e dor.
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A escrita de John Green em Tartarugas Até Lá Embaixo
Se há algo que distingue John Green como autor, é sua habilidade de combinar reflexões filosóficas profundas com diálogos inteligentes e personagens autênticos.
Em Tartarugas Até Lá Embaixo, essa combinação brilha de forma particular, criando uma leitura emocionalmente intensa e instigante.
Narrativa em primeira pessoa
O livro é narrado em primeira pessoa, nos permitindo mergulhar na mente de Aza Holmes.
Essa escolha narrativa funciona bem, pois nos coloca em contato com os pensamentos obsessivos da protagonista.
As espirais de ansiedade e os ciclos de dúvidas que Aza experimenta são descritos com tamanha precisão que o leitor pode quase sentir o peso emocional que ela carrega.
Essa imersão na perspectiva de Aza ajuda a construir empatia, permitindo que aqueles que não enfrentam o transtorno obsessivo-compulsivo compreendam melhor como é viver com essa condição.
Ao mesmo tempo, a escrita honesta de John Green faz com que leitores que enfrentam problemas de saúde mental se sintam vistos e compreendidos.
Diálogos e reflexões
Os diálogos em Tartarugas Até Lá Embaixo são um ponto alto da narrativa. Cada conversa entre os personagens é carregada de significado, seja para desenvolver os relacionamentos ou para explorar os temas do livro.
Daisy, por exemplo, traz um humor bem-vindo que equilibra o tom mais introspectivo de Aza, enquanto Davis oferece reflexões poéticas que complementam os dilemas internos da protagonista.
Além dos diálogos, as reflexões de Aza sobre o mundo, a existência e suas próprias experiências são escritas de forma sensível e filosófica, características que já são marcas registradas de John Green.
Em passagens como as que exploram o infinito das tartarugas ou a sensação de perder o controle sobre si mesmo, o autor mostra sua habilidade de transformar o particular em universal, tocando leitores de diferentes idades e contextos.
Um ritmo equilibrado
Embora o livro trate de temas complexos e pesados, o ritmo da narrativa é bem equilibrado.
John Green alterna momentos de tensão emocional com cenas de humor e leveza, evitando que a história nos sobrecarregue.
O mistério do desaparecimento do bilionário, embora não seja o foco principal, ajuda a nos manter engajados, funcionando como um contraponto à introspecção de Aza.
Um retrato autêntico
O que torna a escrita de John Green em Tartarugas Até Lá Embaixo tão poderosa é sua autenticidade.
Ele escreve sobre saúde mental de forma honesta e sem romantizar as dificuldades, algo que vem de sua própria experiência pessoal com o TOC.
Isso dá à narrativa um peso emocional que ressoa profundamente com os leitores, mostrando que, apesar dos desafios, é possível encontrar momentos de esperança e conexão.
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Vale a pena ler Tartarugas Até Lá Embaixo?
Tartarugas Até Lá Embaixo é uma obra que transcende os rótulos de literatura jovem para se tornar um retrato universal da complexidade da mente humana.
Ao mergulhar na história de Aza Holmes, nós acompanhamos uma adolescente em sua busca por respostas, mas também somos convidados a refletir sobre nossa própria relação com a saúde mental, o amor, a amizade e a aceitação de nós mesmos.
John Green entrega uma narrativa comovente e inquietante. A forma como ele constrói os pensamentos intrusivos de Aza, transformando-os em espirais quase palpáveis, demonstra como a literatura pode nos aproximar de experiências muitas vezes invisíveis.
Mais do que uma história de mistério ou um romance, esse livro é um lembrete de que a luta interna de cada pessoa merece ser compreendida com empatia.
Ler Tartarugas Até Lá Embaixo é uma experiência que pode mudar a forma como enxergamos a saúde mental — tanto a nossa quanto a dos outros.
É um livro que fala sobre o caos, mas também sobre os pequenos momentos de beleza que podemos encontrar mesmo em meio à desordem.
Para qualquer pessoa que busca uma leitura tocante e instigante, esta obra é uma escolha indispensável.
Gostou de conhecer o livro Tartarugas Até Lá Embaixo? Confira também nosso post sobre Quem é Você, Alasca?, onde John Green também aborda temas profundos de maneira envolvente e inesquecível.